O que é?
É um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos, células que produzem a melanina, o pigmento que dá cor à pele. Na maioria das vezes, melanomas aparecem em pessoas de pele clara, mais comum no tronco dos homens e nas pernas das mulheres, embora possam surgir em outras partes do corpo também. Apesar de mais comum em pessoas de pele clara, negros e seus descendentes não estão livres da doença.
Descoberto em seus estágios iniciais, o melanoma é quase sempre curável. Porém, se diagnosticado tardiamente, tende a se espalhar para outras partes do corpo, no processo chamado metástase. O melanoma representa apenas 3% dos casos de câncer de pele no Brasil, mas é importante se proteger do sol e procurar o médico assim que perceber pintas diferentes, porque ele tem alto risco de metástase.
Fatores de Risco: Os mais conhecidos são:
Sol: a exposição prolongada ao sol, sem protetor solar (é recomendado, no mínimo, fator 30), envelhece a pele e aumenta enormemente o risco de câncer no futuro.
Ter pele clara: o risco é bem maior entre pessoas brancas (loiras e ruivas) do que entre as negras ou afrodescendentes, o que não significa que negros não têm câncer de pele, porém é mais raro.
Grave queimadura de sol: na infância ou adolescência, aumentam o risco de aparecimento da doença mais tarde.
Já ter tido melanoma aumenta enormemente o risco de ter outro.
Pintas: uma pinta (nevus) é um tumor benigno, mas alguns tipos de pinta aumentam o risco de uma pessoa desenvolver melanoma. Pessoas com muitas pintas, especialmente as grandes, devem consultar um especialista regularmente e ter cuidado redobrado quando expostas ao sol.
Histórico familiar: cerca de 10% dos pacientes com melanoma têm um parente próximo (pai, mãe, irmãos, filhos) com a doença. Pode ser porque a família tem o hábito de passar muito tempo ao ar livre, porque são todos de pele muito clara ou ambos. Membros dessas famílias devem consultar o especialista pelo menos uma vez por ano, aprender a observar a própria pele e ter cuidado redobrado quando expostos ao sol. O melanoma familial, como é chamado, pode ocorrer também por um defeito hereditário, principalmente quando há mais de um melanoma em um indivíduo ou em parentes de primeiro grau. Nesses casos, é bom consultar um oncogeneticista.
Xeroderma pigmentosa: é uma doença genética rara. Os doentes, também conhecidos como “Filhos da Lua”, têm um dano no DNA que impede o reparo da pele atingida pelos raios do sol e de algumas fontes de iluminação artificial (emissões de radiação ultravioleta). Os portadores podem ter vários cânceres de pele, começando já na infância.
Imunossuprimidos: transplantados que tomam drogas para evitar a rejeição correm maior risco de ter câncer de pele, que, nesses casos, crescem mais depressa e podem até ser fatais
Idade: melanomas são mais comuns em adultos, mas também podem surgir em pessoas jovens.
Como suspeitar?
Uma pinta normal é geralmente marrom ou preta, de coloração uniforme, chata ou levemente elevada em relação ao restante da pele. As pintas podem ser redondas ou ovais e costumam ser menores que aquela borracha na ponta de um lápis. Podem estar na pele já no nascimento ou aparecer depois, mas são estáveis, com mesmo tamanho, forma e cor por muitos anos, embora possam clarear nas pessoas idosas.
As pintas “preocupantes” seguem uma regra chamada ABCD:
Assimétricas: quando a metade da pinta não “casa” com a outra metade.
Bordas irregulares: se elas são dentadas, chanfradas, com sulcos.
Cor: quando não é a mesma em toda a pinta, com diferentes tons de marrom e preto e, às vezes, de vermelho, azul ou branco também.
Diâmetro de mais de 0,5 cm, embora médicos possam diagnosticar melanomas bem menores com um aparelho chamado dermatoscópio.
Alguns melanomas fogem dessa descrição e o melhor é procurar um especialista, se você suspeitar de algo diferente.
Tratamento
Nos casos de melanoma, a escolha do tratamento vai depender basicamente da espessura do tumor e de seu estadiamento. Melanomas finos podem ser tratados com uma pequena cirurgia para sua remoção, chamada excisão simples, em que o câncer é retirado juntamente com uma pequena porção de tecido sadio, que será examinado para verificar se não restou tecido canceroso na região. Se os gânglios linfáticos próximos ao tumor foram atingidos, eles também serão retirados, num procedimento cirúrgico chamado linfadenectomia.
Quando o melanoma é metastático e atingiu órgãos distantes como pulmão, fígado ou cérebro, ele não pode mais ser curado por cirurgia. Ainda assim, ela pode ser indicada para ajudar o paciente a viver mais ou ter mais qualidade de vida. Em um grupo limitado de pacientes, a cirurgia pode ser considerada curativa, principalmente quando se passa mais de um ano entre o tratamento do melanoma e o aparecimento de uma ou poucas metástases.
A quimioterapia não funciona tão bem no melanoma quanto em outros tipos de câncer, mas, ainda assim, pode melhorar a qualidade de vida e prolongar a vida do paciente. Da mesma forma que a químio, a radioterapia pode ser usada para aliviar dores (especialmente nos casos de metástases ósseas) e evitar a volta (recidiva) do tumor.
A imunoterapia é outra opção para tratamento do melanoma, com uso do interferon, uma substância que o organismo produz para combater infecções e que pode ser usada nos casos em que haja maior probabilidade de o câncer voltar após o tratamento. Um dos avanços mais recentes no tratamento do câncer é o chamado medicamento imuno-oncológico, e um deles é específico para o melanoma metastático. Essa droga, chamada anti-CLTA-4, literalmente destrava uma proteína que controla a ação dos linfócitos T, células do sistema de defesa do organismo, que passam a atacar o câncer. As drogas anti-CLTA-4 podem curar o melanoma metastático em até 20% dos casos.
Existem uma série de estudos em andamento para o melanoma metastático, com resultados muito promissores que envolvem imunoterapia e Terapia alvo.
Fonte: https://www.accamargo.org.br/tipos-de-cancer/pele-melanoma
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