Infiltração de quelóides com medicamento

Essas lesões podem determinar dor, coceira e retração da pele da região, que, dependendo do local, limita a função de uma articulação, por exemplo. Muitos pacientes acham que tem quelóide, quando, na realidade, tem uma cicatriz hipertrófica.

A quelóide não se limita à área do corte/dano, extendendo-se para fora de seus limites. Além disso, não regride espontaneamente e tem alta taxa de recidiva após retirada. Também costuma surgir mais tardiamente no processo de cicatrização do que a cicatriz hipertrófica.

A infiltração intralesional de corticóide é o tratamento mais amplamente usado, com respostas que variam de 50% a 100% e recorrências de 9% a 50%. O acetato de triancinolona é a primeira escolha no tratamento de quelóides. Ela inibe a proliferação de fibroblastos e melhora a organização das fibras colágenas da cicatriz. É realizada em média a cada 4 semanas, até que se alcance a resolução ou surjam efeitos colaterais.

Entre os principais efeitos colaterais estão a dor durante a infiltração, atrofia da pele (depressão do relevo), com surgimento de pequenos vasos no local e depósito esbranquiçado do medicamento na lesão. Os efeitos porém, frequentemente desaparecem sem tratamento.

Outro agente muito estudado é o Sulfato de Bleomicina. É um antineoplásico que inibe a síntese do colágeno, reduzindo a altura e a textura da cicatriz anormal. A hipercromia (escurecimento) da região é um efeito colateral comum.

Existem ainda estudos com o uso do 5- Fluoruracil, substância usada no tratamento deneoplasias malignas de origem epitelial, com bons resultados.

A combinação de técnicas e o uso domiciliar de géis de silicone e terapia por pressão também podem ser indicados, visto que, mesmo obtendo bons resultados, os quelóides não são fáceis de tratar, permanecendo um dos grandes desafios na Dermatologia.